sábado, 19 de novembro de 2011

Qual será o impacto de uma rede informática mundial que permita a expressão aberta e a circulação rápida e a baixo custo de todos os tipos de documentos sobre as formas culturais? A construção das sociedades de informação inclusivas reabre o debate sobre a diversidade cultural ao renovar a percepção comum e a evolução desse termo de contornos mal definidos. Concentremo-nos no sentido dos dois termos diversidade e cultura.
A diversidade é percebida, com freqüência, como uma disparidade, uma variação, uma pluralidade, quer dizer, o contrário da uniformidade e da homogeneidade. Em seu sentido primeiro e literal, a diversidade cultural referia-se apenas e simplesmente, em conseqüência, à multiplicidade de culturas ou de identidades culturais. Mas, nos dias de hoje, esta visão está ultrapassada pois, para inúmeros especialistas, a diversidade não se define tanto por oposição à homogeneidade quanto pela oposição à disparidade. Ela é sinônimo de diálogo e de valores compartilhados.
Com efeito, o conceito de diversidade cultural, acompanhando o de biodiversidade, vai mais além naquilo que a multiplicidade de culturas contempla, em uma perspectiva sistêmica na qual cada cultura se desenvolve e evolui em contato com outras culturas. No que se refere à cultura, ela tem suas origens na palavra latina cultura que designava os cuidados nos campos e com os animais. A partir do século XVI, passa a significar a ação de cultivar, quer dizer formar, acepção da qual decorre o sentido que lhe damos nos dias de hoje, em outras palavras, o que forma e molda o espírito. A cultura assume então este conjunto de significados, de valores e de crenças que determina nossa forma de fazer e de estruturar os modos do pensamento.

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